Biblioteca Nacional aposta nos áudio-livros para deficientes visuais

Maria Cavaco Silva juntou-se hoje aos cerca de 20 voluntários da Biblioteca Nacional que dão a voz e transformam em áudio, livros procurados por deficientes visuais, com a leitura de uma obra de Sophia de Mello Breyner Andresen.

“Aproveitei para fazer também um pequeno voluntariado lendo um conto lindíssimo de Sophia, que é uma das minhas escritoras preferidas, e estou encantada com a maneira como isto funciona e como isto é um polo de replicação para o resto do país e para as pessoas que podem levar o livro para casa”, afirmou a primeira-dama, depois da leitura de “A casa do mar”, da autora de “Contos Exemplares”.

“Desde o princípio que tenho dedicado o meu voluntariado à deficiência – e não é tanto uma gota, já há uma onda em relação a muitos aspetos, há uma diferença enorme entre a maneira como os problemas da deficiência eram vividos, quando era uma menina pequena”, continuou.

A mulher do Presidente da República sublinhou mesmo que “há uma abertura e uma abordagem completamente diferentes à deficiência; as pessoas estão muito mais programadas para entender a deficiência e para trazer a deficiência para a rua, que era uma coisa que não se fazia no meu tempo”.

De acordo com Carlos Ferreira, “o serviço de leitura para deficientes visuais da Biblioteca Nacional existe desde 1969 e possui um acervo riquíssimo tanto em braille como em livros sonoros.

“Temos cerca de 7000 títulos em Braille, dos quais 4000 da área da música. Quanto a áudio-livros, temos cerca de 1900 livros em registo analógico e cerca de 300 em formato digital”, explica o responsável pela Área de Deficientes Visuais da Biblioteca.

A preocupação este ano, diz, é a salvaguarda de todo o patrimônio em formato áudio, porque muitos dos 1900 livros estão gravados em fita magnética, ainda em bobine ou em cassetes, que têm uma tendência para se degradar muito rapidamente.

Desde o início de abril, a Biblioteca Nacional garante aos seus leitores deficientes visuais, o empréstimo de livros áudio do seu acervo, independentemente do formato em que está – analógico ou digital.

“Os livros em Braille são extremamente volumosos. Um livro pequeno em tinta, quando transposto para Braille, é uma enormidade. Um livro A5, com cerca de 100 páginas, quando transposto para Braille vai ocupar cerca de 400 páginas em tamanho A4. Não é propriamente um livro transportável”, explica Carlos Ferreira.

Por isso, a Biblioteca Nacional conta com cerca de mil leitores que funcionam por empréstimo. Metade utiliza, quase em exclusividade, o sistema Braille, os outros 500 utilizam o sistema áudio e o sistema eletrônico.

“Os formatos alternativos são sempre poucos para as necessidades dos nossos leitores, que têm de socorrer-se dos formatos que existem, de forma a poder ter acesso aos livros que pretendem ler”, realça o responsável.

Fonte: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=568577

A leitura no Brasil e em outros países

O Instituto Pró-Livro, que na semana passada divulgou os principais resultados da terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, disponibilizou no seu endereço eletrônico a apresentação do estudo conduzido em 2011. A entidade também apresentou outro documento que compara alguns resultados apurados no Brasil com números pesquisados em alguns outros países, em diferentes anos. Em relação ao número de livros lidos ao ano, por exemplo, a Espanha aparece em primeiro lugar (10,3), seguida de Portugal (8,5), Chile (5,4), Argentina (4,6), Brasil (4,0), México (2,9) e Colômbia (2,2). Na Espanha, 58% da população lê no tempo livre, número que se compara a 66%, no caso da Argentina, a 28%, no Brasil, e a 5%, no Chile.

Fonte: http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=11620&secao=32