Em Nova York, coletivos criam novos modelos de biblioteca; conheça exemplos

Na era digital, há quem diga que os livros e os jornais têm os dias contados. E com grandes acervos sendo digitalizados, as bibliotecas também estão fadadas ao fim? É difícil ter uma resposta concreta para essas mudanças na sociedade mas, em Nova Iorque, as bibliotecas vivem uma espécie de renascimento criativo.

Algumas delas abrigam sedes de zines, salas de leitura, oficinas literárias e festas – voltando a pulsar arte e criatividade.

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Interior da biblioteca Mellow Pages

Localizado no Brooklyn, o misto de bar e biblioteca, começou como um lugar de leitura para um grupo de amigos. Quatro meses depois, já era uma das maiores coleções de livros raros, com jornais alternativos, zines, revistas e livros de bolso e teve que mudar para um local maior.

A biblioteca tem 121 membros e 1.900 livros – a maioria obscuros- e eventos semanais, como festas de lançamento e leituras secretas. Os livros podem ser lidos tomando uma cerveja ou café, mas é possível levá-los para casa se você doar uma quantidade em dinheiro ou livros ( obviamente, eles não aceitam enciclopédias, nem clássicos do colegial).

Little Free Libraries

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Pegue um livro, deixe outro

Elas não parecem bibliotecas e você possivelmente passaria reto sem vê-las. Parecidas com caixas de correio em uma calçada calçada ou uma prateleira em um portão, qualquer um pode pegar um livro.

O mantra das bibliotecas livres é “Leve um livro, retorne um livro” e é baseada em uma política de confiança: não é preciso se cadastrar e não existem monitores nas “sedes”. Infelizmente, essas pequenas livrarias sofrem com roubo, vandalismo e descaso, o que não desmerece a ideia.

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Biblioteca livre inova e utiliza grade como estante

ABC No Rio Zone Library

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Exterior da ABC No Rio Zine Library

 

A biblioteca multifuncional é gerida por um coletivo de artistas e conta com uma das maiores coleções de zines do mundo, com mais de 12 mil títulos. As publicações no estilo Faça Você Mesmo em sua maioria são políticas ou sociais, mas também existem zines de música, cultura marginal e viagens.

 

 

 

 

Uni Library

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Biblioteca ao ar livre durante o verão

 

Aberta durante o verão, na Governor’s Island, é uma biblioteca a céu aberto, que fica disponível ao público durante o verão nova-iorquino. A coleção é modesta, mas está crescendo e tem títulos variados para todas idades e interesses.

Eles pedem que as pessoas devolvam os livros às 17h, mas não multam nem penalizam quem não devolve os livros. Para os organizadores, se uma pessoa gostou tanto do livro a ponto de querer levá-lo para casa, não existe nada de errado nisso..

 

 

 

Reanimation Library

DIvulgação

Obsoletos, porém relevantes e históricos

 

A coleção é baseada em publicações renegadas ou obsoletas: as “sobras” de bibliotecas e coleções. Apesar de antigos, retratam um período da história, ou pelo menos como ela foi contada pelos livros – uma verdadeira viagem no tempo. Também existe uma coleção de cartazes antigos, que você pode escanear ou levar para casa.

 

 

 

 

Brooklyn Art Library

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Objetivo é valorizar trabalho de novos artistas

 

São mais de 47.500 sketchbooks (caderno desenhos/rascunhos) nas paredes. Como a coleção é vasta, você pode usar um sistema computadorizado que sorteia um caderno de acordo com tema, palavra-chave, humor ou artista.

Você é encorajado a trocar de caderno com a pessoa que está sentado ao seu lado e quando você visualiza um caderno, o artista criador é avisado (e olha que eles são de 130 países diferentes).

O The Sketchbook Project começou em 2006 com o descontentamento de Steven Peterman, recém-formado em Artes Plásticas, com o elitismo das galerias. Segundo ele, o objetivo é divulgar artistas novos.

O Projeto já é móvel e faz turnês anuais. Qualquer um pode visitar a galeria, que tem exposições temáticas temporárias.

Com informações da Animal New York.

 

Fonte: http://catracalivre.com.br/geral/economia-criativa/indicacao/em-nova-york-coletivos-criam-novos-modelos-de-biblioteca-conheca-exemplos/

Declaração para o Direito das Bibliotecas

BIBLIOTECAS MUDAM VIDAS

No espírito da Declaração de Independência dos Estados Unidos e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, acreditamos que as bibliotecas são essenciais para uma sociedade democrática.Todos os dias, em inúmeras comunidades em todo o nosso país e do mundo, milhões de crianças, estudantes e adultos utilizam as bibliotecas para aprender, crescer e alcançar os seus sonhos. Além de uma vasta gama de livros, computadores e outros recursos, os usuários da biblioteca sebeneficiam do ensino especializado e orientação provida por bibliotecários e funcionários da biblioteca para ajudar a expandir as suas mentes e abrir novos mundos.

Nós declaramos e afirmamos nosso direito à qualidade nas bibliotecas públicas, escolares, universitárias e em especial, exortá-lo para mostrar com urgência o seu apoio ao assinar seu nome nesta Declaração pelo Direito das Bibliotecas.

1) Bibliotecas capacitam o individuo

Se o desenvolvimento de habilidades para ter sucesso na escola, na procura de emprego, explorandopossíveis carreiras, ter um bebê, ou planejando a aposentadoria, as pessoas de todas as idades se voltam para as bibliotecas para obter instrução, apoio e acesso a computadores e outros recursos para ajudá-los a levar uma vida melhor.

2) Bibliotecas apoiam a alfabetização e aprendizagem ao longo da vida.

Muitas crianças e adultos aprendem a ler na escola e nas bibliotecas públicas por meio da hora do conto, projetos de pesquisa, leitura de verão, aulas e outras oportunidades. Outras pessoas vão à biblioteca para aprender as habilidades da tecnologia e das informações que poderão ajudá-los aresponderem às suas dúvidas, descobrirem novos interesses, e compartilharem as suas ideias com outros indivíduos.

3) Bibliotecas fortalecem as famílias

As famílias encontram um ambiente confortável, espaço acolhedor e uma riqueza de recursos paraajudá-las a aprender, crescer e brincar juntas.

4) Bibliotecas é o grande equalizador

As bibliotecas servem pessoas de qualquer idade, nível de escolaridade, nível de renda, etnia ecapacidade física. Para muitas pessoas, as bibliotecas oferecem recursos que de outra forma, não poderiam ter condições de obtê-los – recursos que eles precisam para viver, aprender, trabalhar egovernar.

5) Bibliotecas constroem comunidades

As bibliotecas unem as pessoas, tanto pessoalmente como online, para conversas e para aprender eajudar uns aos outros. As bibliotecas fornecem apoio para idosos, imigrantes e outras pessoas comnecessidades especiais.

6) Bibliotecas protegem nosso direito de conhecer

O nosso direito de ler, buscar informações, e falar livremente não deve ser tomado como garantido.As bibliotecas e os bibliotecários defendem ativamente esta liberdade mais básica garantida pelaPrimeira Emenda.

7) Bibliotecas fortalecem nossa nação

O bem estar econômico e a boa administração da nossa nação dependem de pessoas que sãoalfabetizadas e bem informadas. As bibliotecas escolares, públicas, universitárias e especializadas apoiam esse direito básico.

8) Bibliotecas promovem o avanço da pesquisa e da erudição

O conhecimento cresce do conhecimento. Seja para fazer um trabalho escolar, buscando uma cura para o câncer, buscando um grau acadêmico, ou o desenvolvimento de um motor com combustível mais eficiente, os acadêmicos e pesquisadores de todas as idades dependem do conhecimento e da experiência que as bibliotecas e os bibliotecários oferecem.

9) Bibliotecas nos ajudam a entender os outros

As pessoas de todas as esferas da vida se reúnem em bibliotecas para discutir questões de interesse comum. As bibliotecas oferecem programas, acervos e espaços de reunião para nos ajudar acompartilhar e aprender com as nossas diferenças.

10) Bibliotecas preservam a herança cultural da nação

O passado é a chave para o nosso futuro. As bibliotecas coletam, digitalizam e preservamdocumentos históricos originais e únicos que nos ajudam a entender melhor o nosso passado,presente e futuro.

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Nota: documento a ser divulgado pela American Library Association (ALA), em 2 de julho de 2013, por ocasião da sua Conferência Anual a ser realizada em Chicago (Illinois, US)